A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) acomete a principal região da retina que é a mácula, responsável pela visão central do paciente.
Geralmente ocorre após os 55 anos de idade, com aumento importante do percentual de pessoas acometidas após os 70 anos. Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas sofram deste mal nos Estados Unidos, causando um impacto financeiro importante em termos de gastos no sistema de saúde.
A doença geralmente inicia-se com o acúmulo de um material que chamamos de drusas na retina central dos pacientes. Estas drusas, que são pequenos grânulos amarelados visualizados no exame de fundo de olho, vão se acumulando e diminuem a qualidade da visão central. É muito comum o paciente, com o passar do tempo, reclamar de uma tortuosidade das imagens, o que chamamos tecnicamente de metamorfopsia. Isto ocorre quando linhas normalmente retas são vistas de maneira tortuosa e distorcida. A tela de Amsler (que nada mais é que um quadrado preenchido com linhas horizontais e verticais que se cruzam) é utilizada para acompanhar a metamorfopsia dos doentes com degeneração macular relacionada à idade.
Basicamente temos dois tipos de degeneração macular:
– Forma seca – quando há preponderantemente a formação das drusas, que se acumulam na mácula. Existe uma forma diferente de degeneração macular forma seca que é a atrofia geográfica. Nesta variante, a região macular do paciente apresenta uma diminuição da espessura com formação de placas atróficas e, concomitantemente, perda visual.
Doentes com drusas de maior tamanho são de alto risco para o desenvolvimento da DMRI forma úmida.
– Forma úmida – as drusas podem facilitar o aparecimento de uma lesão que chamamos de membrana neovascular subretiniana. Esta lesão é um enovelado de vasos sanguíneos anômalos que começam a eliminar líquido e sangue na retina, e por isto o nome dado. A forma úmida é a menos freqüente, acomete aproximadamente 10% dos casos de DMRI, mas estes são os pacientes com pior prognóstico visual.
O tratamento da forma úmida envolve a administração de injeções intra-oculares de um medicamento que fecha os vasos anômalos que estão sangrando e/ou eliminando líquido no fundo de olho. Estas injeções são realizadas geralmente com intervalo de um mês no início, sendo necessárias algumas aplicações na primeira fase de tratamento. Elas conseguem estacionar a DMRI em 90% dos casos e aproximadamente 40% dos pacientes mostram alguma melhora da acuidade visual. O exame de OCT (tomografia de coerência óptica) é realizado para acompanhar a evolução da lesão na mácula e definir se o paciente precisa de um maior número de injeções.
O paciente portador de DMRI também se beneficia de suplementação com vitaminas e anti-oxidantes. O estudo AREDS (Age- Related Eye Disease Study) revelou que a ingestão de um complexo vitamínico específico diminuía o risco de evolução da doença em 25%. A formulação do estudo contem zinco, vitamina E, cobre, vitamina A (beta-caroteno) e vitamina C. Para melhor especificação das quantidades destes elementos, visite www.nei.nih.gov.
Além das vitaminas citadas, estudos mostram que dietas ricas em Omega-3 (presente em peixes e nozes) e carotenóides como a luteína e a zeaxantina (presentes em vegetais verdes e coloridos) podem retardar a DMRI. Juntamente com a alimentação, outros fatores de risco foram relacionados ao aparecimento da DMRI como genética, tabagismo, doenças cardiovasculares, hipertensão, dieta rica em gordura, exposição intensa à radiação ultra-violeta.
A mensagem do diagnóstico precoce vale muito para esta doença. Nas visitas regulares ao oftalmologista, o paciente deve sempre questionar sobre a presença das lesões primordiais da DMRI que são as drusas no fundo de olho. Uma vez feito o diagnóstico da degeneração macular relacionada à idade, devemos discutir os fatores de risco citados acima e programar a melhor forma de combate, seja com injeções ou com a suplementação vitamínica.